Deveria estar dormindo......

"Quando somos criancas, somos um pouco de cada coisa. Artista, cientista, atleta, erudito. Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas, uma a uma. Todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por termos medo".

(Kevin Arnold, Anos Incríveis")



Agora pouco, passando da 1am, em uma das minhas voltas mirabolantes pelo orkut, encontrei essa citação numa comunidade dedicada àquela série “anos incríveis”. Aquela mesmo, que fez parte da infância de todo mundo, que até hoje deixa saudades....... que tinha uma trilha sonora linda e nos ensinava um pouco como lidar com nossos colossais problemas juvenis.

Achei ela perfeita, porque estava justamente pensando sobre isso hoje........... a gabi disse no blog dela que pagaria o que fosse pra ter 16 anos de novo, “quando as emoções são fresquinhas, as possibilidades, as coisas acontecendo a nossa frente, esperando somente que reagirmos a elas...”

Fiquei boa parte do dia pensando nisso. Porque às vezes penso assim também. Que era taooo mais fácil ter 16 anos, quando ninguém esperava que fosse muito responsável, muito inteligente, que pensasse tanto assim no meu futuro, quando ninguém exigia de mim decisões maduras e condizentes com a minha condição atual de “adulta”, apesar de eu estar longe de me sentir assim. Ter 16 anos e não ter nada tão planejado ou arquitetado que eu não pudesse voltar atrás e começar tudo de novo, ter 16 anos e poder ser inconsequente, imatura e medrosa às vezes.

Mas acho que essa saudade, essa nostalgia, tem razões mais profundas que estas. Justamente o que diz aquela frase ali em cima: quando somos mais novos, temos pretensões de conquistar o mundo, de sermos o que quisermos, de sermos tudo ao mesmo tempo. Temos ainda aquela inocência e ingenuidade que, conforme vamos crescendo, vai sendo tirada de nós.

Mas eu não deixo que tirem meus sonhos de mim, morro, mas não desisto do que quero pra minha vida. Aprendi que, apesar de ser mais fácil desistir, o alívio que sentimos por não termos mais que lidar com a possibilidade da derrota é apenas momentâneo, e não compensa.

Porque nenhuma sensação é melhor do que a que sentimos quando alcançamos nossos objetivos, voamos alto em busca de nossos sonhos mais absurdos, deitamos no travesseiro e dormimos com um sorriso bobo no rosto, pensando no dia bom que teremos pela frente.