Wednesday, May 08, 2013

Depois de um dia em que passei o dia todo correndo de um lado pra Poa e ainda peguei congestionamento pra voltar pra casa, mas que foi legal mesmo assim  ̶  com direito a aula muito bacana de alemão, em que acabamos, o professor, dois colegas e eu, conversando sobre viagens, coleções e "Bierchens"* a aula toda, já que a aluna que apresentaria um seminário faltou; a almoço num dos restaurantes preferidos de Poa com little sis, no estilo dos almoços memoráveis de antigamente; a pensamentos mil sobre a "Reisefieber"** que ando sentindo e a caminhar bastante pela cidade para resolver pendengas  ̶ , estou meio melancólica.

Cheguei em casa cansada, mas feliz, pilhada. Entrei na internet, respondi a emails, apaguei spams, li algumas poucas coisas no Google Reader, tomei um café com leite - que logo tive que requentar no micro, pois a temperatura baixou bastante por aqui e ainda não me acostumei a ele esfriando tão rápido -, afofei meus cachorrinhos, que ficaram a mil quando chegamos, já que haviam passado o dia todo sozinhos. 

Mas fiquei chateada com algumas outras coisas, coisas que não posso abrir aqui. Mesmo acontecimentos que teoricamente nem têm muito a ver comigo me afetam, e isso é um saco, pra falar bem a real. Não queria me decepcionar com as pessoas, porque essas decepções não têm um fim em si mesmas, elas abalam também a minha fé no mundo, na vida, nas pessoas (consequentemente, até um pouco em mim. Fico pensando em até que ponto as pessoas são ou não todas iguais). Não sei amar de verdade quem não admiro, e talvez isso seja um defeito, talvez isso faça de mim alguém superficial ou exigente demais, já que amor teoricamente é algo mais complacente, mas não acho que isso seja algo que eu possa mudar genuinamente. 

Fazia tempo que eu não escrevia simplesmente para desabafar assim, muito tempo. Tinha esquecido como faz bem. O resultado é meio besta, desconexo, provavelmente não vai fazer sentido pra ninguém além de mim, mas é muito bom poder contar com a velocidade dos dedos batendo no teclado pra sentir esse pequeno grande alívio que escrever traz.


*Bierchen - "cervejinhas". 
**Reisefieber - Reise = viagem; Fieber = febre. Normalmente, usado para descrever aquela ansiedade que causa o clássico friozinho na barriga antes de uma viagem, mas estou tomando emprestada para descrever a vontade louca que ando sentido de viajar.



Thursday, April 11, 2013

my most hearbreaking songs




Sabe aquela maldição das músicas que associamos a pessoas específicas e que, passadas essas pessoas específicas, não podemos mais ouvir sem uma certa fisgadinha em algum lugar do estômago - ok, às vezes, do coração? (sim, este post terá pitadas bem bregas.)

Acho que todos têm uma lista delas, ainda que diminuta. Várias delas se tornam inaudíveis por um tempo, a ponto de nos fazer trocar a estação de rádio, passar a música no mp3 quando ela toca; mas, passado um tempo, passa também a fisgadinha, e a música antes tão dolorida até fica mais neutra de novo -  às vezes, uma ou outra, com a qual nos identificamos muito, até passa a ser destinada a uma nova pessoa, por mais impossível que isso pudesse parecer inicialmente.

Tava pensando nisso há uns dias, enquanto uma dessas músicas tocava num volume absurdo em uma festa que está tendo no clube que fica pertíssimo do meu prédio. Há alguns anos, eu jamais poderia ouvi-la numa boa, hoje, ainda bate aquela dorzinha perto do estômago, mas nada comparável. Fiquei pensando naquelas feridas que alguns dos nossos romances/pseudorromances fracassados causam, algumas bem mais profundas que outras, pensei nas "casquinhas" que surgem, como aquelas que, após alguns dias, surgem nos machucados. Algumas são tão, tão fundas, que parece que, por mais tempo que passe, ficarão lá para sempre. Me dei conta de que não. Assim como as casquinhas de machucados, elas vão cicatrizando, a casquinha vai caindo, até que - e só quando a ferida foi cruel mesmo - fica apenas uma marquinha. Aqueles romances bobinhos, passageiros e pacatos não demoram a cicatrizar e sumir de vez, mas alguns deixam marquinha mesmo, como a cicatriz pequeninha, já quase imperceptível que tenho na mão, fruto de um tombo feio numa corrida de bicicleta contra um vizinho meu, quando eu tinha uns 11 anos (só pra constar: não fosse o tombo, eu teria vencido de lavada). Tenho umas duas destas, o que acho bem razoável, na verdade.

Queria poder dizer que minhas choradeiras de amor foram ao som de Chopin, mas tenho a impressão de que, nessas horas, a gente quer mesmo é um pouco de tosquice pra se afundar um pouco. Enfim, as músicas relacionadas (não em ordem cronológica e/ou preferência ou choradeiras) são:

Cássia Eller - All star
(ao ouvir essa agora, a fisgadinha ainda é forte)

Cássia Eller - Mudaram as estações

Pitty - Equalize 
(sim, essa foi na fase adolescente. Entra nas top choradeira)

Cpm 22 - Hora de recomeçar 
(fase adolescente, evidente. Top top choradeira)

Jota Quest - Só hoje
(idem)

Goo Goo Dolls - Iris

Howie Day - Collide

Lifehouse - You and Me

The Beatles - All my loving



Fazendo esta lista agora, percebi que, de um tempo pra cá, tenho caído menos nessa armadilha. (E que meu gosto musical melhorou deveras.)

Porque - e quem já passou por isso sabe - músicas podem ser bem perigosas.


Edited - Não sei como esqueci desta: Lauryn Hill - Can't take my eyes off you

Sunday, October 28, 2012

Hoje, eu tinha acordado assim:



(eu tinha ido dormir às 4h30min, e não tinha sido por motivos festivos/baladícios, e sim por trabalho, vejam bem). 

Mas o dia ficou tão adoravelmente cinzento e com um ventinho tão gostoso, friozinho, que o ânimo mudou totalmente, juro, a rabugice e preguiça dominicais foram quase que totalmente embora. Queria que muitos mais dos dias fossem assim.

Monday, October 15, 2012


Antes de entrar na faculdade, achava lindas aquelas cenas - em séries, filmes e livros - em que a mocinha aparecia estudando na madrugada, cercada de livros, textos, canetas, dicionários, etc. Achava chique, achava até um pouco poético. Hoje, vejo que os flashbacks e cortes (mocinha com cara de sono se obriga a estudar/mocinha perante pilhas de livros, folheando textos diversos/ bocejando/tomando várias xícaras de café/olhando no relógio, que mostra tratar-se de algum horário avançado da madrugada/mais um bocejo/dorme em cima dos livros/acorda com atrasada e com umas olheiras, mas vai bem na prova, entrega trabalho brilhante) eram o que me fazia ver o processo todo dessa forma. Pena que a vida não segue esse esquema, seria super bem-vindo aqui  ;)






Wednesday, October 03, 2012

cheiros

que eu amo:

- balão
- fósforo aceso
- tinta
- livros novos
- livros velhos
- bolo
- pão
- nhá benta  
- churrasco
- café
- chuva
- massinha de modelar
- naftalina (as malas aqui de casa têm naftalina, então o cheiro me remete, imediatamente, a viagens a Sp, sempre um dos melhores momentos do ano)
- dos meus branquinhos (meus dois maltezinhos. Eles têm um cheirinho muito, muito bom)


que eu odeio:

- gasolina 
- perfumes enjoativos e/ou fortes em ônibus ou metrô (há pessoas que deveriam ser banidas do convívio social)
- vinagre


Tuesday, October 02, 2012

Horário exato: 1:36 a.m. Estou esperando o download de um filme (Medianeiras) terminar e, repentinamente, me deu uma vontade absurda de comer bolo de chocolate (não que haja um em casa) + café com leite. 

Mas amanhã acordo beeem cedo pra ir pra aula, então vou dormir tão logo o download acabe. A pessoa tem que se impor alguns limites. 


Monday, September 17, 2012

Ando postando demais em facebook/twitter e atualizando de menos aqui. Por isso, decidi trazer pra cá alguns dos meus últimos posts por lá, que são meio que um retrato dos meus últimos tempos/momentos/tormentos (nem tantos, mas rimou, não resisti). Quero voltar a escrever posts de verdade por aqui, mas, às vezes, preciso de silêncios internos, então vou atualizar com esses snapshots mesmo...  tá?


Que horror ter de escrever "pólo" sem acento, sério. (12 set)


Banho morno antes de dormir :) (12 set)


http://www.youtube.com/watch?v=4277ZqJEd7Q&list=PL9C81B19163FFC04C&index=28&feature=plpp_video
(15 set - recomendo fortemente, morro rindo e a musiquinha fica na cabeça forever


Torrada e ovomaltine pra matar a fome da madrugada. Vou ter que escovar os dentes de novo, mas né, vale a pena =)  (16 set)




Foto: Vicnick - Sexy Lady!

(17 set - amo esse cachorrinho, expressão facial hilariamente blasé)


Depois da inspiração divina que me fez usar minha insônia de ontem pra trabalhar, hoje posso ficar ouvindo a chuva e vendo/ouvindo vídeos musicais no youtube :) (há 7 minutos, ehehe)
  

Tuesday, April 03, 2012

Como é BOM quando o dia rende  :

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Friday, March 09, 2012



Sabe aquelas madrugadas em que não conseguimos dormir e começamos a pensar nas piores burradas que já fizemos na vida? Naquelas que te fizeram perder oportunidades ou pessoas incríveis, coisas que queríamos MUITO, naquelas que te fazem querer bater com a cabeça na parede de tão bocós que foram...

Claro que essas burradas me fizeram aprender (blah, blah, blah) e foram, em sua maioria, cometidas na época em que eu era uma adolescente-recém-jovem totalmente crua e tão tímida que chego a ficar com vergonha ainda hoje de lembrar, mas, ainda assim, doem bastante e me deixaram cheia de remorsos nessa madrugada insone... 

E claro que é clichê e ingênuo e brega desejar nesses momentos poder voltar no tempo e fazer diferente, mas acho que é inevitável, não? Será que pessoas mentalmente mais evoluídas deixam de divagar sobre "what if" de vez em quando? Se sim, ainda não cheguei nesse nível.


Sunday, March 04, 2012


Pq (tentar) ser uma pessoa simples e leve não tem nada a ver com ser superficial ou raso. Justamente o contrário. 

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Thursday, January 26, 2012


São Paulo, sua linda... 




AMO. Do fundo do coração. Feliz 458 anos.

(E sim, existe amor em Sp)





Friday, December 16, 2011

...

Ando bem à flor da pele, fato. Ao mesmo tempo, há tempos não me sentia forte e centrada como agora.

Cadê a coerência, hein?






(E é bom perceber que alguns dos momentos "flor da pele" são por coisas doídas; mas que mtos são por coisas bacanas, por crescimento, por epifanias, pelo dar-se conta de alguns detalhes sobre o mundo, sobre mim. Detalhes inesperados, mas super bem-vindos).

Thursday, December 08, 2011

Dos sonhos que se tem dormindo e dos que se tem acordada

Sonhei esses dias que estava dançando Frank Sinatra com um desconhecido. A cena era linda e meu vestido era maravilhoso: verde água clarinho e esvoaçante, e a locação também, uma casa antiga, cheia de detalhes incríveis.
A música, na verdade, nem lembro mais, só lembro que era linda e que, em algum momento, o desconhecido disse: “É Frank Sinatra, você não pode recusar essa”. Logo eu, que sou normalmente toda estabanada pra dançar junto de alguém (só sei dançar sozinha, deprimente)! Mas nesse sonho deu certo, pq alguns sonhos dão uma colher de chá.
Não era um sonho romântico, o desconhecido na verdade já era um senhorzinho, mas foi um dos sonhos mais bonitos que tive nos últimos tempos. Me senti leve, com música boa ao fundo, dançando (amo!) e com as inquietações que povoam minha cabeça silenciados  por alguns minutos.
Mas esse sonho tranquilo foi exceção no meio de uma sucessão de sonhos ruins que ando tendo... Não sonhos “terror”, mas sonhos tensos, angustiantes. Talvez seja meu colchão que já está nos suspiros finais, talvez sejam meus pólipos nasais que não me deixam respirar direto, talvez sejam as inquietações costumeiras (pq qnd algumas somem, outras vêm correndo pra ocupar o lugar ¬¬). 

Dos sonhos que se tem acordada, ando de saco cheio de alguns deles, actually. Uma hora temos que dar um tempo nessa coisa de “sonhadora–meio-pollyanna” e focar um pouco nas outras coisas. Pq cansei de ter tantas coisas que ficam só nos sonhos. Um pouco de realidade faz bem.


*e não, esse não é um post sobre desilusões românticas, mas sim um desabafo sobre várias coisas em geral que acabam não se concretizando. Bom que algumas andam dando certo, seguindo aquele equilíbrio que o universo às vezes lembra de criar. 


  

Thursday, November 17, 2011

Sou do tipo de maluca detalhista que, ao fazer um powerpoint sobre temas mais específicos, fica mudando mil vezes as cores e o layout pra combinar. Exemplo: apresentação sobre a primavera na Alemanha - a ser apresentada em alemão - e, ao terminar os slides, ao invés de eu me preocupar loucamente em decorar tudo que terei que dizer, passei mais de meia-hora escolhendo as cores pastel e primaveris ideais, pra não destoar do tema.

E do tipo de manteiga derretida que, depois de ficar profundamente irritada e xingar um monte o seu cachorrinho por latir demais, 2 horas depois já está se doendo de remorso e afofando o pequeno pra mostrar que ainda o ama, ahaha. 




Wednesday, October 26, 2011

Sobre lembranças e pouquinhos


Tantas coisas bacanas que pensei em dizer aqui no blog nos últimos dias e o estopim pra publicar efetivamente hoje acabou sendo algo tão “out” como o orkut.

Sei que ele está super fora de moda, que até virou gíria pejorativa - “orkutização” -, mas hoje aconteceu algo quando fui, depois de mais de um mês, verificar se tinha algum sinal de vida naquele perfil já tão abandonado (na verdade cogitando deletá-lo), que me emocionou a ponto de não poder deixar de comentar aqui.

Antes de tomar coragem pra colocar a mensagem de “este orkut se autodestruirá em 5, 4, 3...”, fui dar uma última olhadinha nos depoimentos que haviam deixado pra mim, há tanto tempo. Pensei em salvá-los todos no Word, como lembrança. Comecei a reler todos e as lágrimas foram rolando inesperadas, inevitáveis e gordinhas, arrastando consigo resquícios do hidratante que passo antes de dormir.

Bem doído reler tudo aquilo! Tantas pessoas que já foram tão significativas pra mim e que hoje são apenas uma saudade, uma dorzinha ou uma lembrança distante... Naqueles depoimentos encontro um pouquinho de mim tbm, esse pouquinho que vamos perdendo ao longo do caminho, pra abrir espaço para pouquinhos novos chegarem. É aquela história de que, por nos vermos todos os dias no espelho ou por vermos uma pessoa com muita frequência, não percebermos nitidamente as mudanças, que normalmente são graduais ou, mesmo qnd mais repentinas, nos acostumamos em pouco tempo e logo nem lembramos como era(mos) antes delas. Estamos tão imersos em nossas vidas cotidianas que às vezes só percebemos como tudo – inclusive nós mesmos - mudou olhando assim, com esse distanciamento que só olhar para o passado nos proporciona, quase como se não fosse nossa aquela vida.

E gosto mt da minha vida atual, o motivo da dessa dorzinha não é o descontentamento com o que vivo hoje. Gosto do que me tornei, gosto de ver que todas as experiências pelas quais passei e pessoas que conheci acabaram se tornando pedacinhos do que sou agora; mas sinto falta de ser mais ingênua, de achar que tudo daria sempre certo, sinto falta de muitos dos pouquinhos que foram ficando para trás.

Enfim, várias daquelas mensagens me fizeram sorrir, claro, mas não sem uma pequetita dose de melancolia. Um bittersweet mais azedinho do que o normal. 


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Thursday, September 22, 2011

Tinha várias coisas pra resolver no centro de Poa hoje, e, depois de tudo resolvido, fui almoçar com meu pai no Bourbon Country. Depois do almoço, inevitável dar uma passadinha básica na Livraria Cultura, tipo o paraíso para os apaixonados por livros.

Não fazia muito tempo desde que eu havia ido lá a última vez, mas todas as últimas vezes eu estava com amigos. Apesar de esses amigos também serem, em sua maioria, apaixonados por livros (não do tipo que fica te apressando pra sair logo da livraria, ehehe), hoje percebi o quanto é bom dar uma passeadinha lá dentro all by myself. Deu vontade de ficar hoooras lá dentro, lendo orelhas de livros interessantes, descobrindo livros novos, fazendo a listinha mental de todos que eu gostaria de comprar.... 
Tinha esquecido como é gostosa a sensação de chegar numa livraria dos sonhos como essa, num comecinho de tarde de 4a feira qualquer, pra ela estar bem vazia e eu poder olhar à vontade.

Acabei comprando um livro só (mt autocontrole!!), porque infelizmente os preços da Cultura não são tão bacanas quanto os de sites tipo Submarino e Americanas e, para quem ainda não pode comprar todos os livros do mundo, pesquisar preços é o básico. Comprei "Bliss", da Katherine Mansfield, que pareceu bastante promissor. Depois conto se a obra faz juz ao título, que achei lindo.


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