Tantas coisas bacanas que pensei em dizer aqui no blog nos
últimos dias e o estopim pra publicar efetivamente hoje acabou sendo algo tão “out”
como o orkut.
Sei que ele está super fora de moda, que até virou gíria
pejorativa - “orkutização” -, mas hoje aconteceu algo quando fui, depois de mais
de um mês, verificar se tinha algum sinal de vida naquele perfil já tão abandonado
(na verdade cogitando deletá-lo), que me emocionou a ponto de não poder deixar de
comentar aqui.
Antes de tomar coragem pra colocar a mensagem de “este orkut
se autodestruirá em 5, 4, 3...”, fui dar uma última olhadinha nos depoimentos
que haviam deixado pra mim, há tanto tempo. Pensei em salvá-los todos no Word,
como lembrança. Comecei a reler todos e as lágrimas foram rolando inesperadas, inevitáveis
e gordinhas, arrastando consigo resquícios do hidratante que passo antes de
dormir.
Bem doído reler tudo aquilo! Tantas pessoas que já foram tão
significativas pra mim e que hoje são apenas uma saudade, uma dorzinha ou uma
lembrança distante... Naqueles depoimentos encontro um pouquinho de mim tbm, esse pouquinho
que vamos perdendo ao longo do caminho, pra abrir espaço para
pouquinhos novos chegarem. É aquela história de que, por nos vermos todos os
dias no espelho ou por vermos uma pessoa com muita frequência, não percebermos
nitidamente as mudanças, que normalmente são graduais ou, mesmo qnd mais
repentinas, nos acostumamos em pouco tempo e logo nem lembramos como era(mos) antes
delas. Estamos tão imersos em nossas vidas cotidianas que às vezes só
percebemos como tudo – inclusive nós mesmos - mudou olhando assim, com esse
distanciamento que só olhar para o passado nos proporciona, quase como se não
fosse nossa aquela vida.
E gosto mt da minha vida atual, o motivo da dessa dorzinha não é o descontentamento com o que vivo hoje. Gosto do que me tornei, gosto de ver que todas as experiências pelas quais passei e pessoas que conheci acabaram se tornando pedacinhos do que sou agora; mas sinto falta de ser mais ingênua, de achar que tudo daria sempre certo, sinto falta de muitos dos pouquinhos que foram ficando para trás.
Enfim, várias daquelas mensagens me fizeram sorrir, claro, mas não
sem uma pequetita dose de melancolia. Um bittersweet mais azedinho do que o
normal.
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