Monday, August 03, 2009

Hoje eu revi o filme que mais amo no mundo: Amélie Poulain. Este posto sempre foi de Elizabethtown, que também amo de paixão, mas hoje, depois de rever Amélie, não teve como. Gente, que filme l-i-n-d-o. A fotografia é linda, a trilha sonora é sem comentários, as cenas são encantadoras. E é incrível como tem muito de mim ali. Nos pequenos prazeres, no jeito de pensar, de sempre dizer a hora exata (agora, por exemplo, são 22h44min), de sempre pensar que enquanto eu estou aqui digitando, milhares de pessoas estão, nesse exato momento, fazendo outras coisas, vivendo as suas vidas, nesse exato momento. Também no jeito de ser mesmo tonta e desastrada no que se refere a relacionamentos. Porque sabe, sou muito tonta nisso, sempre fui. Mas tem uma coisa que o velhinho amigo dela diz no fim do filme "você não tem os ossos de vidro assim como eu, Amélie, você é capaz de aguentar os baques da vida", e de certa forma senti como se fosse um conselho pra mim tbm. Porque nessa área eu meio que criei uma casca de um bom tempo pra cá, e essa casca atrapalha em muitas coisas, mas está ali por um motivo: me protege de certa forma. Mas também evita que eu...... SINTA, viva de verdade os sentimentos. É que sabe, esses baques de que o velhinho falou... bem, eles doem, muito. É bem mais fácil criar uma casca. Mas também é mais covarde, eu sei. Tô só divagando um pouco, falando comigo mesma, desculpem.

Bem, acho que a maioria já deve conhecer o filme, mas vale muito, mas MUITO a pena ver de novo. Ele é delicioso e sensível, nos faz olhar as pequenas coisas de uma outra forma, nos mostra o quanto muitas vezes é simples e está ao nosso alcance fazer a vida das pessoas muito mais feliz. E é um grande aprendizado. Pra mim não na questão das pequenas coisas, porque bem, eu AMO pequenas coisas, sei muitíssimo bem o valor e a graça delas. Mas pra muita gente essa sensibilidade, esse olhar mais aguçado e essa valorização ainda faltam. E só quem já se deu conta do valor dos pequenos momentos, dos detalhes, dos pequenos prazeres, sabe o bem que tudo isso faz. Pra mim ele é mais uma inspiração, uma imensa inspiração, vejo esse filme e fico leve, fico vendo as coisas e o mundo de um jeito mais bonito, fico mais confiante nas pessoas. Sim, as pessoas, essas que todos os dias nos dão tantos motivos pra desconfiar, pra não acreditar, pra manter os dois pés atrás. Mas também essas mesmas que fazem nossa vida algo melhor, que nos gostam ou se preocupam conosco genuína e desinteressadamente.

"A vida anda difícil para os sonhadores" diz a moça que trabalha numa mistura de locadora de filmes pornôs e bordel. E eu concordo, anda difícil mesmo, mas ainda tem a sua graça.

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1 comment:

Siane said...

Acho que me encaixo no grupo das pessoas cuja sensibilidade e olhar aguçado para as pequenas coisas ainda faltam... vou tentar melhorar isso. Outra coisa de que gostei foi a "casca". Faz todo o sentido do mundo. Eu, na verdade, fui criada com ela e aprendi a me "descascar" com o passar do tempo. Mas é necessário aprender a fazer só um top less... muita casca é ruim, mas nenhuma te deixa completamente vulnerável.

Beijão!